Em alguma altura da nossa vida já nos deparámos com o problema da escolha, seja uma mais pequena ou maior, mas tal e qual como os problemas, as decisões também têem a dimensão que cada um de nós lhes dá.
Em mais uma conversa com a minha "musa inspiradora", metade dos textos que já fiz foram motivados através de conversas contigo, por isso acho que o título se aplica, estive a debater o tema das escolhas, e pensando melhor o tema é do mais vasto possivel. Até o facto de não fazer uma escolha é uma escolha, fantástico!
Na vida todos os dias fazemos escolhas, sair da cama ou não, tomar banho ou não, ir trabalhar ou não, ir de carro ou transportes públicos, almoçar carne ou peixe, convidar a menina da recepção para o VIP Motel ou não, etc. Mas estas escolhas muitas vezes nem nos apercebemos que as fazemos, e são as mais importantes porque define a nossa rotina diária. Depois temos escolhas chamadas "tramadas", são aquelas que não nos apetece fazer mas tem que ser, ir ao WC público, falar a um tipo que não gramamos só porque temos algum interesse, deixar passar a velhinha na passadeira, convidar a menina da recepção ou a directora de RH, etc.
Mas as escolhas mais complicadas são aquelas que alteram a nossa vida toda, mudar de emprego, acabar/iniciar uma relação, mudar de casa, trocar de carro, etc.
Ao mudar de emprego invariávelmente vamos ser um pouco desleais, mesmo sendo o mais correctos possivel, o facto de quebrar aquele elo que foi posto preto no branco no dia que iniciámos o trabalho é uma falta de lealdade. O mesmo acontece num casamento, faz-se um contrato de "ajuntamento", preto no branco, e depois caso se deseje quebrar o mesmo contrato, mesmo sendo correcto e honesto apenas porque já não se gosta é uma deslealdade porque o casamento é para sempre....ou não... Mas são escolhas pessoais, e assim se devem manter, o facto de eu mudar ou não de emprego é minha e só minha, e não posso estar a pensar na senhora da recepção que sempre foi simpática comigo e vai sentir imenso a minha falta, nem no patrão, que acredita imenso em mim e me dá toda a confiança, porque no fim, se não me sinto bem a fazer o que faço, não sou bom no que faço. Este tipo decisão por mais egoista que possa parecer, tem mesmo que o ser. Só nós sabemos o que queremos para a nossa vida! Desde que a escolha seja feita em consciência e com responsabilidade é sempre legitima.
Eu tomei uma decisão dificil há algum tempo. Custou-me imenso, foi como espetar uma faca no corpo e sentir a lamina a entrar devagarinho até atingir o ponto fatal, mas foi consciente e responsável, e profundamente egoista, mas tinha que o ser. Como é óbvio, e meu aparato, não pensei em consequências, até porque sou homenzinho o suficiente para as suportar. Embora haja quem até ache que não sou homem, que sou um cobarde, um tal de anónimo que anda por aí a dizer isso. Se a decisão foi boa ou má, isso cabe ao futuro dizer-me!
A vida é um jogo, e em qualquer jogo se arrisca mais ou menos, como resultante, se ganha mais ou menos respectivamente. Os projectos mais riscados são os que obtêm mais facilidade de financiamento porque são os que têm uma maior expectativa de retorno . É uma das regras simples da teoria económica. Mas o ser humano, por norma, é avesso ao risco.
Numa formação de liderança que tive foi-me ensinado que pior que uma má decisão, é não ter uma decisão. Se queremos ser nós próprios temos que tomar decisões. Isto já parece um manifesto comunista anti-governamental.
Não pensem muito nas consequências, façam para ser felizes.
3 comentários:
AH GRANDA PALHAÇO!! HEHEHEHEHE
Mai nada, Zé! Assim é que se fala! Ou melhor, escreve!
Mas muito sinceramente, eu acho que todos nós sabemos isso e pensamos nessa teoria:
- Pior que uma má decisão é não ter decisão.
- Carpe Diem
- Mais vale arrependermo-nos de algo que fazemos, do que de algo que não fazemos.
- Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.
Estas, entre outras, são frases que, praticamente todas as pessoas ouviram. Agora colocá-las em prática, constantemente, já é outra história!
Depende da personalidade e da capacidade de cada um!
Eu, por exemplo, para conseguir isso, tenho que ler essas frases todos os dias para que dessa forma possa manter sempre a mesma atitude! Mas como não leio, acabo por não ter essa atitude de arriscar sem olhar às consequências!
Agora deixaste-me a pensar com esta...
Eu gostava de ter coragem para arriscar e para dar o chamado "grito do ipiranga" e dar o "salto" sem ter receios das consequências ou do que o futuro me trás.
Talvez também tenha medo de assumir os meus sentimentos que faço questão de os reprimir.
Resumindo:
Eu sou mesmo cobarde!
Vou guardar este texto, como muitos que escreveste e que guardei e faço questão de os guardar e de os reler.
Bj
Ao ler o teu blog, lembrei-me de um texto que eu sempre adorei e que é de Pablo Neruda:
"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem destrói o seu amor próprio,quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajecto, quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva Incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!"
Beijo grande
Ass: Aquela que achas que é anónima mas que semprese identifica de forma a só tu saberes quem é!
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